quarta-feira, 16 de maio de 2018

Concurso Interescolas de Poesia - Resultados

Escalão I

Menção Honrosa

Serena (pseudónimo)

Aymée Rocha de Gouveia (10.º F)


Amor

O amor que antes ardia
já não arde mais.
O que se sentia
já não se sente mais,
e se sente
não é amor, mas
uma vaga memória
de algo que já ardeu.

Como as memórias de infância,
o nosso amor, se perdeu
entre as areias do tempo,
e com apenas um soprar
desapareceu, restando assim apenas
uma vaga memória
de algo que já ardeu.

Mas não posso negar
que ainda te amo,
e mesmo à distância
você me faz cativa
sem me cativar.

Então digo sem dizer
que se para o mundo
você não é nada,
para mim você é o mundo.


Escalão J

1.º Prémio

Flor de Campos (pseudónimo)

Maria Margarida Baía Bastos da Rocha Maia (12.º D)


Somos instantes

Desejas que alguém te diga
Que lhe mudaste a vida.
Mas nós apenas deixamos a nossa marca.

Quando achamos que mudamos
A vida de alguém,
Esse alguém parte
E nunca mais vem.

Nós marcamos presença em
Momentos.
Nós apenas criamos
Memórias.
Nós somos apenas instantes
Na vida dos outros.
E os outros são apenas instantes
Na nossa progressão.

Instantes importantes
Feitos por pessoas distantes.

Se calhar é assim que nos criamos:
Os outros cedem-nos contornos de um desenho
E nós retocamos o quadro
Apagando e acrescentando
Pormenores.


Escalão Q

1.º Prémio

O Observador (pseudónimo)

Gabriel António Monteiro Pinto (antigo aluno)


As palavras do pó  

De que vale escrever,
Sim, porquê o entender?
Nada percebemos de nada,
Nesta existência resignada.

Mas e os estudiosos?
(Perguntam os curiosos)
Bem, fiquem a saber:
É importante circunscrever
A importância dos grandes feitos
E analisar os respetivos defeitos.  

Grandes cientistas,
Grandes navegadores,
Grandes romancistas.
Bando de salteadores,
Ladrões de conquistas
Exímios usurpadores
Eternos masoquistas. 

Os grandes feitos desvanecem,
A outrora efusiva aventura 
Despe o seu véu de formusura
Assim que as novas fenecem.
  
Livros são apenas sandes
De palavras murchas e pó.
Esquecidos ficam os grandes,
Já falecidos sem terem a dó
 Do atual tempo e mundo.
Tal ingratidão e fado imundo. 

De que vale escrever

Se ninguém vai ler? 



Nota: Oportunamente serão divulgados o dia e a hora da cerimónia de entrega de prémios, que decorrerá na Biblioteca Municipal de Gaia.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

ATIVIDADE DE LEITURA na BIBLIOTECA


E lá em baixo acontece qualquer coisa de inusitado! Duas turmas do 9º ano da ESAG ouvem atentamente ler poesia! Durante noventa minutos ouviram e … leram poesia! Diga-se, em abono da verdade, que o nosso convidado, professor Rafael Tormenta, prendeu a atenção dos alunos com o seu modo cativante de declamar.
Ao lado do nosso ilustre convidado, atenta à atividade de leitura que está a decorrer no espaço improvisado da Biblioteca, encontra-se a professora Manuela Roseira, que, integrando a equipa da BE, ajudou a dinamizar esta iniciativa.


“Eles e elas – os alunos - não gostam de poesia.” Ouve-se, por vezes, dizer. Como se fosse uma sentença ou verdade irrefutável, ou, pior ainda, uma fatalidade. Então porque estão – eles e elas – perfilados e em conjunto com o nosso convidado a ler POESIA?! Foram convidados a ler e fizeram-no com agrado, sem preparação, mas com gosto e entusiasmo. Todos os presentes, colegas e professores puderam testemunhar este facto.
Foi uma manhã de festa e de celebração da POESIA! As quatro turmas do 9º ano ( C, E, D e B) , as suas professoras (Arminda Araújo, Rosa Costa e Manuela Roseira), o professor bibliotecário (José varela) e o nosso convidado especial – o professor Rafael Tormenta deram corpo e voz a esta iniciativa.


A manhã já ia alta, a temperatura quer por isso mesmo quer porque a poesia desperta sentimentos e emoções que nos aquecem subia e fazia com que o nosso convidado, sentindo-se em casa, se livrasse do peso da roupa excessiva! Os alunos e as alunas continuavam a responder positiva e atentamente aos convites à leitura! Ah se se pudesse mostrar integralmente as expressões de contentamento dos seus rostos! Ver-se-ia como a poesia, geradora de sentimentos, por natureza interiores, fazia palco das faces, onde as emoções se manifestavam e eram assim partilhadas. “O poeta é um fingidor.” Dizia o Pessoa, mas como ele, também nós sabemos que finge, não fingindo que finge e/ou fingindo que finge….
Em suma, entre ficções e realidades, aconteceu uma manhã em que eles e elas, os alunos, ficaram mais ricos como pessoas, devido às experiências únicas que viveram e partilharam.